10.1.09
Refúgio
Só da poesia, refúgio, espero;
E ninguém pode conter meu pensamento.
Não me façam engolir o que não quero;
Só com meu mundo me contento.
Prenderam-me;
Ataram-me as mãos ávidas de vida
E nunca mais encontrei a saída;
Só da poesia, refúgio, espero.
Prenderam-me;
Puseram em meus pés as esferas de chumbo,
Mas minha pena é sedenta do mundo;
Ninguém pode conter meu pensamento.
Prenderam-me;
Vestiram-me a roupa da boa conduta;
Eu grito contrário. Ninguém me escuta.
Não me façam engolir o que não quero.
Prenderam-me;
Impuseram-me o consumo desmedido,
Como se eu já houvesse escolhido;
Só com meu mundo me contento.
Ninguém pode conter meu pensamento;
Não me façam engolir o que não quero.
Só da poesia, refúgio, espero.
Frederico Salvo
**********************************
Direitos efetivos sobre a obra.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Um poema demasiado belo...vou voltar.
Beijinho
Excelente o poema, quem me dera não ter de suar sangue para produzir poesia.
"A poesia é o refúgio onde meus pensamentos vem descansar." (Helen de Rose) Lindo poema Fred, te seguirei sempre....bjos.
Estimado amigo e ilustre Poeta Frederico, em cada um de nós existe um refúgio, o seu, embora o tenham prendindo, dele sai coisas maravilhosas, este belo poema é um exemplo, adorei.
Um óptimo fim de semana, um abraço amigo
António Cambeta
Postar um comentário