24.3.09

Prelúdio


O singrar, ao peso d’âncora, sucumbe;
O sorriso (chama breve) apaga-se
Ao sopro de um vento que se incumbe
De desvanecer tod’esse deslumbre:
O orgulho que por hora agiganta-se.

Pisoteias àquele que te serve
Como se as próprias mãos secionasses;
És todo poderoso nessa verve
Que humilha, esnoba, desmerece e ferve
Sobre o fogo da soberba em tua face.

Estufas o peito, seguro e arrogante
Por teres a chave que te abre às portas.
Caminhas zombeteiro e triunfante;
Nem percebes que és prelúdio agonizante
E que serás, amanhã, lembranças mortas.



Frederico Salvo
********************************
Direitos efetivos sobre a obra.

3 comentários:

Carla por dentro disse...

Lembrança morta...Não sei se concordo...Se tivesse morta não seria recordada! :)

Anônimo disse...

Fred:a fugacidade das coisas está bem retratada neste lindo poema, que se casa bem demais com a imagem do gato que se vê leão.Mas não poderia ser tb o contrário: o leão que se vê gato?
Com a minha admiração, Tilah.

Liliana G. disse...

Este preludio de las vanidades que así como nacen, mueren porque no se pueden sostener en el tiempo, lo has plasmado con infinito arte, con el arte que llevás de la mano y que nunca te abandona.
Un gran beso Fred.