16.8.10

Quando acordares...



Quando acordares...
Não te esqueças de lembrar
Que alguém considerou-te desmedidamente
Como um cais...
A última esperança de um sonho vago
Pela vida...
Pelos caminhos sinuosos enfrentados.
Alguém que, desacreditando do mundo,
Depositou em ti
Tudo o que afronta a impossibilidade...
A inoperância de sonhos maiores...
A utopia desajeitada dos primeiros anos.
Saiba, ao despertares,
Que a síntese de tudo que resistiu calado
Dentro desse peito delirante, ensandecido,
Repousou em ti em determinado momento...
E que esse momento
Refaz-se exponencialmente
Em minha luta por não entregar-me.
Quando teus olhos se abrirem
E virem a primeira imagem do dia,
Estará lá minha verdade,
Posto que sou chama viva
De tudo aquilo em que pousarem.

(agosto de 2010)



Frederico Salvo
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Direitos efetivos sobre a obra.

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