9.8.10

Noturno


Fustiga-me o brilho da tua luz,
Imensa luz à flor da tua estada.
Pousa intranqüila em meu coração de lata,
Que bate agora cheio de tanto nada.
Fustiga-me a ponto de cegar-me a tudo
Que não esteja agregado a tua aura,
Que não seja aquém do que não quero longe,
Dentro do achegado muito à tua alma.
Danço a dança do não saber-me vivo
Dentro da tua trama a respeito da vida,
Incerta, imprevista, na tela projetada.
Canto a melodia (quimera adormecida).
Um pálido lamento, um lúgubre motivo,
Sem pausa ou dinâmica, sem coda...inacabada.


Frederico Salvo
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Direitos efetivos sobre a obra.

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