3.8.10

Pés



Teus pés:
Doce lembrança.
Imagem constante
E que não cansa.
Epígrafe e símbolo
Do que me arrebata.
A grata forma,
A forma grata
De conduzir
Os passos dessa dança.

O duplo mimo
Que instiga
E desnorteia.
Razão ...
Que põe mais sangue
Em minha veia
E traz a essa peia
Mais pujança.

Grilhão...
Eis que minhas mãos
Tornam-se tanto.
A prenderem-te os pés
Como a uma escrava
Que lava meu dossel
Com tal encanto
Num canto de desejo
E intemperança.


Frederico Salvo

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