20.8.10

Guerra e paz


A poesia não é nada mais
Do que memória de original pureza.
É a lembrança segura do cais,
É inocência, é delicadeza.
Se aventura-se por outros caminhos...
Pesados versos, amargas palavras...
Onde o poeta ferido de espinhos
Se despedaça frente às ondas bravas,
É tão somente pálido reflexo
Da alma artista a debater-se sôfrega,
Desesperada a procurar por nexo.
Em intrincado jogo tão complexo,
É branca paz a repousar no côncavo,
Mas é também a guerra no convexo.


Frederico Salvo
*********************************************
Direitos efetivos sobre a obra.


Nenhum comentário: