28.11.09

Alice no país das aparências


Por mais que o tempo passe eu me recuso
A dar por finda a alma de menino,
Porque se faço assim me tenho excluso
E sendo só adulto me confino

No rol da pequenez e da mesmice
Que abunda nesta terra tão tacanha;
Melhor viver assim como Alice
Do que me aventurar nesta façanha

De dar à vida, assim, um tom tão sóbrio
Ou boicotar-me à sombra do status
Por ter que digerir incoerências.

Prefiro ser menino a ser tão óbvio;
Viver se repetindo aos mesmos fatos,
Bailando no país das aparências.


Frederico Salvo


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Direitos efetivos sobre a obra.

4 comentários:

Anônimo disse...

A vida em si é incoerente e lendo teu poema me coloquei a pensar: será que viver sempre assim, bailando nas aparências, repetindo os mesmos fatos não é hipocrisia????
Enfim, como sempre tiro proveito do teu pensar mesmo que o meu seja divergente do seu.

Beijos meu poeta lindo!
Clarisse

Fragmentos de Elliana Alves disse...

Lindo poema
bjssssssss e bom domingo...

Carla por dentro disse...

Que haja sempre a inocência de um menino numa sociedade tão superficial, tão adulta e cinzenta...Adorei o texto :)

Liliana G. disse...

Cuando dejamos de ser niños, los cuentos de hadas quedan a resguardo en nuestro corazón para siempre, esperando que el niño interno que llevamos dentro nuestro pueda surgir de improviso y aplastar a esa Alicia en el país de las apariencias que busca desterrar a ese niño para siempre.

Un soneto brillante, para pensar y no dejar de soñar nunca.

Besos querido amigo mío.

Siempre estoy aunque el tiempo me lo quiera impedir...