1.7.10

Sobre as águas


Não havia lugar para apoio. Nada.
Nenhuma beirada de pedra,
Nenhum objeto flutuante
Onde pudesse deitar o corpo.
Somente aquela imensidão de mar...
Um mar de ira, egoísmo e falsidade.
Onde uma luta febril e constante se dava,
Onde braçadas levavam a lugar algum.
A única e improvável solução possível:
Andar sobre as águas.
...passos a princípio vacilantes,
depois mais seguros...
E, por fim, firmes e imperturbáveis.
Sobre o mar revolto abriu-se um caminho...
Uma vereda de amor ágape.


Frederico Salvo

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