11.7.10

Depois de tudo


Depois de tudo veio o silêncio.
Um obscuro véu. Um ocaso.
E de repente fez-se distância
E do caminho certo, o descaso.
Depois de tudo foi-se a constância
E a alegria sem deixar recado.
Partiram juntas, em conivência,
Deixando tudo mais no passado.
Depois de tudo, como se fosse
O gosto amargo em lugar do doce,
A lucidez partiu apressada.
Depois de tudo, como se houvesse
Uma estrada que a tristeza tece
E que ao findar de si vai dar em nada.


Frederico Salvo

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