11.4.10


Se eu pudesse encontrar o fio da meada
Nesse intrincado nó. Tranqüilo desfazê-lo.
Trazer a linha toda ao corpo do novelo
E a trama, novamente, começar do nada.

Poder fazer de mim o meu próprio modelo.
Usar o que aprendi em cada tricotada.
Traçar o fio, então, de forma apurada.
Fazer o meu melhor do hálux ao cabelo.

Saber exatamente o ponto a ser usado:
Trançado, retilíneo, fixo ou cruzado,
Nas pregas do bordado, cós... em cada dobra.

Pudesse ser assim e tudo então seria
Na vida, certamente, como eu gostaria,
Mas sábio Deus, por fim, nunca deu asa a cobra.


Frederico Salvo

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