17.4.10

À beira do caminho


A flor mais simples e singela guarda
O esplendor de toda a natureza.
Sob insignificante e simplória farda,
Reside a face oculta da beleza.

Nos matizes de pouca relevância,
Na roupagem de parca realeza,
Desprovida de qualquer exuberância
Repousa disfarçada a grandeza.

Mas o viajor que cruza a estrada,
Nem a repara à beira do caminho;
Prefere à flor que pende cobiçada,
Mesmo que fira-lhe a mão com seu espinho.


Frederico Salvo

Um comentário:

Liliana G. disse...

Hermoso poema, querido amigo, y muy reflexivo. La verdadera belleza no está en la forma, en el color o en la magnificencia de lo que se mira, sino en su interior y en el corazón que lo presiente...

Siempre es un placer pasar a leerte, Fred.

Un beso grande.