O que dizer desses olhos que eu não vejo Ou dessas mãos que não tocam meus cabelos? O que falar dessa boca que eu não beijo Ou desses pés que não roçam os meus pêlos?
O que dizer desse corpo que eu não sinto, Dessas palavras exatas que eu não ouço? O que fazer da bonança que eu pressinto, Mas que se esvai no hiato d’um soluço?
Não digo nada. O silêncio é meu refúgio. A longa pausa na pauta d’um prelúdio Ou antessala desse sonho que não passa.
Se me tortura a pontada do espinho, Eu sigo e sorvo outro trago desse vinho Que inebria e transborda minha taça.
Frederico Salvo
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Anônimo
disse...
Me embebedei com suas palavras, Fred. As vezes nosso querer não condiz com nossa realidade e só nos resta mesmo o silêncio e a companhia de um bom vinho. Como sempre muito bom ler-te meu poeta lindo. Beijos Clarisse
Um comentário:
Me embebedei com suas palavras, Fred.
As vezes nosso querer não condiz com nossa realidade e só nos resta mesmo o silêncio e a companhia de um bom vinho.
Como sempre muito bom ler-te meu poeta lindo.
Beijos
Clarisse
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