10.4.10

Desvario


Como entender a tua brejeirice
Enclausurada num furor de Beija
E a inocência leve de Alice
Subjugada a um qualquer que seja?

Como entender teus múltiplos deslizes,
A tua lógica dissimulada
E o passado, que habita em cicatrizes,
Aberto em ardente e tortuosa chaga?

Não há caminho, nunca houve nada;
Só um errante e cego desvario
Que se perdeu na torpe madrugada.

Um sonho louco, breve, fugidio.
Uma verdade crua, mascarada...

Realidade rude e vil.... no cio.


Frederico Salvo

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