25.1.10

Soneto mentiroso



Quantas musas tenho eu (tu me perguntas).
São dezenas, são centenas, são milhares.
Prostitutas, comedidas e defuntas;
As que amo e as qu’encontro pelos bares.

Todas elas têm um pouco do que quero,
Eu desejo em cada uma, todas juntas;
Umas têm as qualidades que venero,
Outras fazem como tu que me assuntas.

Nelas perco o meu juízo, me embriago
E mergulho de cabeça em cada afago
Me arriscando nesse jogo perigoso.

Não me leve muito a sério se te digo,
Que de ti apenas quero ser amigo...
Meu maior defeito... é ser um mentiroso.


Frederico Salvo

2 comentários:

Anônimo disse...

Fred: já tinha lido esse seu poema. Gosto muito dele: o poeta, como diz Fernando Pessoa,não é propriamente um mentiroso,mas um "fingidor", pois recria vida com palavras, e aí, querendo ou não, cai no que é simbólico!Abraço, Tilah

Elaine disse...

Ai ai.. :)