5.8.09

Hiato



Acomete-me falar agora desse hiato que me entristece a alma. Essa pausa a interromper a terna melodia que me encantava. Não é da minha vontade imediata que seja assim. Vem de mais profundo remetente, das subterrâneas paragens onde os mais contundentes desejos gritam por liberdade. Agora que já não é dia ensolarado e o frio da noite açoita nossos corpos, é que me sinto com as palavras a saltar da boca. E todas elas vêm emolduradas pelos anos de convívio. Por mim já teria desfeito as malas e desistido de partir. Por minha vontade já haveria boa música novamente a entreter o espírito, mas há algo que pesa demasiadamente...
Essa constatação incômoda de não poder realizar-te o sonho.


Frederico Salvo
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Direitos efetivos sobre a obra.

3 comentários:

Casa RaSena disse...

olá, Frederico!
suas palavras de hoje vieram acompanhadas de uma sensação de tristeza e solidão. mas, mesmo assim, o texto é lindo, profundo. afinal, quem já não teve, um dia, esse sentimento????

Patxo disse...

adorei simplesmente divinal, fantástico, perfeito e cheio de sentimento (:

amei *

Liliana G. disse...

Mi querido amigo, unas palabras que destilan tristeza en su dulzura y en su nostalgia, pero con la belleza intrínseca de una manifestación de arte.
Magnífico.

Un abrazo grande, Fred.