19.4.09

Centelhas


Contrariando o que nos parece ser normalidade, não te darei apenas o que recebo de ti. Oferecerei-te o meu respeito e o meu amor fraterno, não escancaradamente, mas com a sutileza como a que a natureza nos oferece com o cantar dos pássaros ou como a refrescante neblina a encobrir-nos e infundir em nós a procura de calor e aconchego. Darei, mesmo que em silêncio, o mais puro e mais sincero de mim. Não quero que penses que há indiferença em meu silêncio. Não há. Não quero em mim a semente de preconceitos maiores ou de ressentimentos disfarçados. Apesar da distinção existente entre nós, somos, juntamente com tudo o que vive ou não, centelhas da chama maior que está em toda parte e que torna-me reverente diante de ti da mesma forma que o faz, sempre, diante do mais ínfimo dos insetos ou diante daqueles que detém em si grande parcela de poder.


Frederico Salvo

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Direitos efetivos sobre a obra.

Um comentário:

Liliana G. disse...

Não quero que penses que há indiferença em meu silêncio. Não há.

Fred, amigo, las palabras que brotan del alma no tienen precio más que para quien las recibe.
¡Bellísimas! Las hago mías y me las llevo una vez más.

Un fuerte abrazo. Es un lujo leerte.