3.2.12

Rio


Expande, rompe, serpenteia, cresce.
Percorre o caminho que o meandro talha.
Enquanto avança um murmúrio espalha,
Um canto doce que o teu seio tece.

Recolhe o fruto que pende da galha
Que desavisada ao teu leito desce.
Queria deixar minha dor, se pudesse
Fazer do teu curso eterna mortalha.

Carrega contigo o que for passado.
Passado o remanso, retoma a toada
E volta à jornada como corredeira.

Deslumbra o olhar de quem, do outro lado,
Avista o teu salto da curva da estrada
E entorna em meus olhos como cachoeira.


Frederico Salvo

Um comentário:

Elaine disse...

Água, essência sempre.