4.1.12

Pretérito imperfeito




“Se você não mudar a direção, terminará exatamente onde começou”.


E já há muito vens andando em círculos
Revendo os próprios passos na estrada.
Voltas inteiras que trouxeram ao nada,
Às reticências, aos pontos e vírgulas.

Sabes de-cór a cor da paisagem
E quantas léguas são até o começo.
Em qual vereda pode haver tropeço,
Quando do pouso, e qual melhor paragem.

Mas de que vale, enfim, tod’esse feito
Se o teu defeito arma-te a cilada,
Se tens marcada a ferro no teu peito

Essa palavra crua tatuada
E conjugada em pretérito imperfeito
Que nunca foi além dessa jornada?


Frederico Salvo

2 comentários:

Anônimo disse...

...e pior que por mais que saibamos que mudar a direção é preciso, quase sempre continuamos a repetir os mesmos erros....
Um poema ao meu ver intenso e que com certeza levou a mensagem para quem ele (a) foi feito.

Que 2012 seja um ano maravilhoso, meu poeta lindo!

Beijos, Fred!
Clarisse

Karynha disse...

Frederico... Que espanto, sim eu me encontro em um estado de puro espanto, eu já naveguei por tantos blogs de poesia e até hoje só encontrei uma pessoa que escreva à sua altura e que tenha deixado em mim a mesma sensação que você deixou agora, O meu amigo TOM,e isso é inexplicavelmente raro.

Essa sua poesia me acertou em cheio, como se fosse uma carta marcada, como se ela estivesse aqui esperando que eu a encontrasse, como se você a tivesse escrito para minha realidade, estou realmente espantada, mal posso esperar para ler mais e mais do seu blog.

Espero que voê também possa visitar o meu e deixar sua opinião.

Até mais.

Abraço.