13.3.11

O avesso das coisas


Onde houver luz existirá sombra.
Habitam juntas tristeza e alegria.
O breu da madrugada que agora assombra,
Quando alcançar o ápice será dia.

A água boa que debela a tua sede
Passeou n’alguma nuvem, evaporada.
Esse sono embalado em tua rede
Foi vigília quando veio a alvorada.

E do nada todas as coisas surgem;
Acho o avesso quando digo uma palavra.
Houve o feio quando a boca disse: _ Belo!

Pode intensa clareza ser vertigem.
Água calma poderá ser onda brava;
Como o prego tem por oposto o martelo.


Frederico Salvo

4 comentários:

Unknown disse...

Simplesmente Belo... Parabéns!

Sandra Fonseca disse...

Seus sonetos são esculpidos em beleza e sentido. Lindo demais, Fred.
Abraço,
Sandra.

Rosa Mattos disse...

Olá, bom dia!

Passeando encontrei este seu espaço. O avesso das coisas. Gostei, em especial desta parte. "A água boa que debela a tua sede/Passeou n’alguma nuvem, evaporada."

Meus cumprimentos, poeta. Abraços/!

Versos e Tintas disse...

Lindo Fred. Parabéns.
Abraço,
Marilza