19.11.10

Pela fresta da janela


Houve mais que um sussurro ontem. Houve
Mais que um perdido cão latindo ao longe.
Houve cruel razão qu'eu nunca soube,
Rasgando meu silêncio cru de monge.

Coube no peito meu o tudo. Coube,
Ambiguamente assim, o som do nada.
Ninguém p'ra perguntar baixinho: Ouve
A canção que se fez na madrugada?

Amanheci mais tarde nu e trouxe
Na boca um gosto amargo. A beberagem
Tornou todo o meu ser embriagado.

Um feixe-luz de sol aproximou-se,
Da fresta da janela fez passagem.

Liberto está meu peito estagnado.



Frederico Salvo

Um comentário:

Liliana G. disse...

¡Hola querido Fred! No importa cuánto tiempo pase sin venir a visitarte, siempre me encuentro con tus bellísimos versos, llenos de sabiduría, de amor, de melancolía, en otras palabras, de vida.

Es un verdadero placer leerte.

Un beso inmenso.