2.11.10

O chão por onde piso


Escuta. Quero que ouças em silêncio.
Esquece, pois temos tanto mais que isso.
Um passo num terreno movediço,
Está sujeito a erro. Assim penso.

Espera. O tempo, sabes, é senhor de tudo
E a vida cabe inteira num suspiro.
Portanto, se errando eu te firo,
Te dou o meu carinho como escudo.

Estive tão perdido sem teu braço,
E hoje se esses versos aqui traço
É tão somente por estar contrito.

Estanco a voz, recolho meu sorriso,
Pois a saudade é chão por onde piso.

Da dor de te perder, engulo o grito.


Frederico Salvo

Um comentário:

Wanda disse...

Frederico, o olhar embevecido por vezes estanca o ímpeto de grafar mais e mais elogios, rs. É muito belo o seu trabalho e, de novo, ouso contrariar o êxtase de somente apreciar sem nada manifestar. De tudo o que leio aqui no seu blog só posso repetir reiteradas vezes: "bravo! bravíssimo!". Obrigada por compartilhar. Beijo, Wanda.