10.10.10

O sol da nossa infância



Desterrado está o peito a própria sorte
Frente às turbulências todas desse mundo.
Se na superfície está o homem forte,
Fragílimo infante habita o profundo.

Quem, por gesto nobre e claro, não daria
Muito mais de si de forma abnegada?
Quem, o coração exposto não traria,
Fosse qual criança pura, acalentada?

Ferve na fogueira ardente da vaidade
A água que escalda a vã sobrevivência,
Sopa que se faz durante a caminhada.

Quanto mais avança o curso da idade,
Mais o ocaso encobre o sol da nossa infância...
Menos florescida; mais subjugada.

Frederico Salvo

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