Porque foste presente e castigo, Cravados em cruel dicotomia. Porque foste relento e foste abrigo, Exata reta em vasta assimetria. Porque foste o antídoto e o veneno Servidos nessa taça; homogêneos. Porque foste o pudico e o obsceno No oco desse peito; heterogêneos. Foi que perdi o rumo, o caminho E trouxe a razão em desalinho, Valsando entre a euforia e o tédio. Ergui um patamar, desfiz os planos. Plantei certezas e colhi enganos, Porque foste a doença e o remédio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário