8.2.10

Gula


Que Deus do céu a todos livre do incômodo,
Da infâmia que habita o bojo do pecado
De possuir o olho maior do que o estômago,
De ter esse apetite afoito, exacerbado.

Que dê misericórdia aos que passam fome,
Mas tenha mais ainda dos que não a tendo,
Enquanto há comida a vista, vão comendo,
Perdidos na madrasta ânsia que consome.

Que possa dar ajuda a tais impenitentes,
Pois mesmo sem ter nada encontram-se doentes:
Avançam no remédio e esquecem-se da bula.

Enfim, que possa dar-lhes a cura bendita
Cedendo a cada um a graça infinita.
Livrando-os do pecado vil chamado gula.


Frederico Salvo

2 comentários:

Liliana G. disse...

Mi querido amigo, has pintado un soneto maravilloso con el color de tus palabras... el pecado de la gula es pecado, sólo porque otros se mueren de hambre.

Es un verdadero placer, pasearme por tus Letras, tenés un don y lo utilizás como los dioses.

Un beso grande.

Chá das Cinco disse...

Nossa!
Tive medo desse poema rs

Mesmo que eu coma uma única folha de alface me lembrarei deste post.rs
Um beijo Gê