24.11.13

O jugo mais forte


Um dia sangraram à inocência.
Sem rumo partiu ferida de morte.
Perdida, sem prumo, ao sabor da sorte,
Vagou sempre em busca de referência.

De pouco valeu a razão da ciência;
Foi justa e precisa ao curar o corte,
Mas não debelou o jugo mais forte:
A noite que ofusca toda existência.

Vieram os dias de riso e festa;
Vieram as noites doces de amores,
No ciclo, onde a vida faz primavera.

Mas sempre depois de tudo o que resta
É esse canteiro vazio de flores,
É esse rugido, constante, de fera.


Frederico Salvo


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