No princípio um soneto é só vontade
É um cesto de motivos infindáveis.
Por ser pulso criativo é liberdade,
Nascedouro de afãs intermináveis.
Se uns versos ganham a folha, distraídos,
Outros tantos no alforje se arvoram
A estarem, como eu, comprometidos
E com fome desmedida me devoram.
Diluído me desfaço em quartetos,
Liquefaço minha alma em tercetos,
Sou as velas d'uma nau que encontra o vento.
Quando vale este instante, desconheço,
Pois dar vida a um soneto não tem preço.
Sou um pai a ter nos braços um rebento.
Frederico Salvo
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