16.7.11

Espera


Espera. Espera e enquanto isto escuta
O que diz teu coração sobressaltado
À sombra de um sorriso malogrado
Pela ânsia da ventura que o refuta.

Espera. Espera e enquanto isto enxuga
Co’essas tuas mãos este constante pranto
Que inutilmente tens vertido tanto
Por um certo alguém que vive sempre em fuga.

Espera. Espera porque, sobretudo,
Esperar tem sido o teu melhor alento;
Um sonho bom à luz da primavera.

E o passar do tempo que suplanta a tudo,
Há de trazer, qualquer dia, num rebento,
O sagrado fruto desta tua espera.


Frederico Salvo

Um comentário:

Elaine disse...

Inevitável lembrá-lo que "quem acredita e espera sempre alcança".

E chegou, não?