12.7.11

Sonho


Desço do bonde agora que já é tarde.
Não há na rua ninguém que me espreite.
Fui até longe e não encontrei deleite
Cá no meu peito uma ferida arde.

Na minha cama, dentro do meu quarto,
Meu pensamento ancora em teu recife.
Caio no sono e antes que me espatife,
Num sonho esquálido e leve parto.

Enquanto a barcaça na marola bóia
Num mar sereno que pintei um dia,
Tu me acenas da beira da praia.

Perfeita musa num quadro de Goya,
De Amadeus exata melodia,
Desconcertante e bela deusa Maia.



Frederico Salvo

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