3.1.11

Pêndulo


Por que não destes cedo enquanto éramos
Tão crédulos, a certeza em ponto máximo
De que, a bem da verdade, estivéramos
Do ápice do amor a andar tão próximos?

Por que não ensinastes a rica métrica
Que a vida em versos fez de forma prática,
Mas nossos olhos cegos, mentes estáticas
Não souberam apreender de modo lógico?

Perdoa-nos Pai se fomos insensíveis
E tornamos vossas pistas invisíveis,
Tendendo a dois lados como um pêndulo.

Agora por trilhas inimagináveis
Que antes eram hipóteses improváveis,
Vagueio eu, sozinho, ainda incrédulo.


Frederico Salvo

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