21.12.10

Sopoema


(Puta dor de cabeça
essa de me meter
a compor versos).

Deixo a pena correr solta
Enquanto preparo
Um cozimento.
Um engrossado de palavras
Suculento poema novo
De tempero agridoce.
Cheiro inebriante
A envolver o ambiente.
Ponho-me a giroverter
A mistura.
Dela já me adentra
às narinas o vapor espesso,
Uma cortina densa
Ao meu olfato.

Depois me sento
E saboreio o poema
Ouvindo
O som inconfundível
Do sorver o caldo.


Frederico Salvo

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