E foi por querer meter a mão no pote
Onde rebusquei a tal felicidade;
Por não ter poema e então buscar um mote
Que levasse além d’uma cruel saudade.
Por acreditar que amor não é fricote,
Confundir desvelo com afinidade;
Por ficar de pé nesse pequeno bote
Sobre as vagas vis em plena tempestade,
Que mais uma vez encontro-me sozinho,
O peito em frangalho, a alma em desalinho...
(Foi o que restou desse pesado dote).
E ao procurar da dor a panacéia
Transformei-te assim em musa... Dulcinéia,
E fui pra ti apenas mero Dom Quixote.
Frederico Salvo
2 comentários:
Uma leitura e tanto pra fechar o fim de noite.
É sempre bom ler-te, meu poeta lindo!
Um ótimo domingo à você, Fred.
Beijos
Clarisse
"Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só.
Mas sonho que sonha junto
é realidade".
Raul Seixas/Paulo Coelho)
E ainda acrescento: é construção.
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