24.2.12

Arrebatamento


Assim como o vento adentra pela mata
E toma de assalto a calma do momento.
Assim como a fragata consegue seu intento
E o peixe, num mergulho, ligeiramente cata.

Assim como a semente explode num rebento,
E o cerne do silêncio, o ruído desacata.
Assim como o remanso irrompe em cascata,
E o vulto d’um desejo invade o pensamento.

Assim também me chega desvelada, nua,
Distraidamente, ao clarão da lua
E faz com que, do belo, eu não me faça isento,

Às íris dos meus olhos, essa imagem clara
Intensa, deslumbrante, talhada em carrara...
Grato torvelinho...um arrebatamento.

Frederico Salvo

4 comentários:

Elaine disse...

Arrebatador.

Liliana G. disse...

¡Hola, Fred! Estoy encantada de volver a leer tus poemas, tan llenos de belleza, de armonía y de encantos.

Un cariño enorme y de todo corazón, querido amigo.

LPrado disse...

Paixão, Fred! Paixão! Saciar a fome, o gosto, a vontade. Ir até o fim mesmo que depois não sobre nada. Sentir o ar faltando, a boca seca, o coração parando de bater e batendo de novo. Sentir com todos os sentidos. Parabéns, Poeta! Abraços.

A VIDA É UM ETERNO APRENDIZADO disse...

OLÁ!
Adorei seu poema,as palavras são fortes cheias de energia.
Grande abraço
se cuida