22.6.11

Abrigo


Abrigo meu de todas as tormentas.
Mais uma vez retorno são e salvo.
Eu perguntei ao vento: _ Por que ventas
Na direção contrária do meu alvo?

Abrigo meu, resposta tive exata.
Numa lufada forte em assobio
O vento sugeriu: _ Não te maltratas,
Ajusta as velas na direção do estio.

Assim o fiz então resignado.
E agradeci ao vento pela sorte
De entender tão nobre melodia.

Orei por fim ao ter reencontrado,
Depois de ter lutado à clava forte,
O meu abrigo (água que sacia).


Frederico Salvo

3 comentários:

Anônimo disse...

Excelente soneto ao abrigo das intempéries...

Parabéns, Frederico.
Beijo.

Maria Valadas

Unknown disse...

Acho que já mencionei, mas reforço: Tens a minha sincera admiração :)

Muitos parabéns por este talento enorme!

Um beijo

Márcia disse...

Fred querido,
Ser abrigo para alguém é uma responsabilidade muito grande. Dessas que só se quer ter por amor. Estar sempre de braços abertos; mãos estendidas; sorriso no rosto e sinceridade no coração; ter sempre uma palavra de bem e de otimismo são requisitos importantes, mas nada disso seria abrigo se faltasse o amor da alma.
Soneto maravilhoso assim como todos os outros, mas com uma pontinha de "muito especial".

Carinho sempre,
Má.