11.11.10

A espera de um poema




Deixo a mão pender sobre o silêncio
E os olhos baixarem a âncora no teu mar,
Pois nada mais me resta que esse sonho.
Esse peso sobre mim,
Folha branca a espera de um poema
Sobre a tua escrivaninha.
Calo-me e ouço os sons da tua boca
E a mímica do teu corpo
Traduzido por esses gestos
Que me abarcam a alma inteiramente.
Não me pergunto sobre o amanhã,
Nem sobre as horas seguintes a essa agora.
Não procuro saber o que serei
E nem o que serás no próximo segundo.
Cansei de prever o futuro. Apenas vivo.
E nesse momento te digo convictamente
E num sussurro em teu ouvido:
És como a bruma que passeia
Pela floresta virgem.
És como a chuva que cai ligeira
Depois de prolongado estio.


Frederico Salvo

3 comentários:

Anônimo disse...

Lindo poema, Fred, como sempre...e tem alguém na janela agora! Parabéns, mais uma vez. Abs, Tilah

Isaac Ruy disse...

gostei tanto que comecei a seguir o blog!
Dá uma passadinha no meu se tiver tempo: rabiscoserrantes.blogspot.com
Ah! Copiei uma imagem também... achei que combinava com o último conto q escrevi, espero q não se importe!
Abraços

Anônimo disse...

E eu fico aqui, à espera de uma nova jóia. Parabéns Fred, lindo como tudo o q vc escreve.
Carinho imenso,
Má.